segunda-feira, 2 de junho de 2008

Museu Histórico Nacional

A Divisão Educativa desenvolve projetos e eventos dirigidos aos alunos e professores das redes pública e particular e agenda as visitas de grupos escolares, através dos telefones (0xx21) 550.9260 ou 550.9261.

"ESPAÇO MUSEU-CONSTRUÇÃO DO SABER"
Programa oferecido aos professores e guias de turismo, tendo como principal objetivo discutir os conceitos de: museu, objeto museológico e ação educativa e museus, fornecendo subsídios para dinamizar as visitas ao Museu Histórico Nacional. É realizado de março à novembro, sempre na primeira 3ª feira do mês com duração de 4 horas. Neste encontro é fornecido material informativo para preparação da visita e é realizada uma visita guiada de apresentação ao circuito do Museu.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

UNASUL - O QUE É?

23 de maio, 2008 - 16h59 GMT (13h59 Brasília)BBC Brasil.com
Márcia Carmo
O que é a Unasul
Presidentes e representantes dos 12 países da América do Sul assinaram em Brasília, nesta sexta-feria, o tratado de criação da União das Nações Sul-americanas, a Unasul.

Como o grupo surgiu e quais são seus principais objetivos:
A Unasul (União das Nações Sul-americanas) reúne os doze países da América do Sul e visa aprofundar a integração da região. Por suas riquezas naturais, a América do Sul é importante internacionalmente como um dos principais centros produtores de energia e de alimentos do planeta. Chile e Peru são ainda dois dos principais endereços da indústria mineradora no mundo.

Como a Unasul nasceu?
A iniciativa da criação de um órgão nos moldes da Unasul foi apresentada, oficialmente, numa reunião regional, em 2004, em Cusco, no Peru. O projeto recebeu o nome de Casa (Comunidade Sul-Americana de Nações), mas o nome foi modificado para Unasul durante a Primeira Reunião Energética da América do Sul, realizada no ano passado na Venezuela. O nome Unasul – Unasur para os países de língua espanhola - surgiu depois de críticas do presidente venezuelano Hugo Chávez ao que ele chamou de lentidão da integração.

Quais serão os principais objetivos deste novo organismo?
Os principais objetivos serão a coordenação política, econômica e social da região. Com a Unasul, espera-se avançar na integração física, energética, de telecomunicações e ainda nas áreas de ciência e de educação, além da adoção de mecanismos financeiros conjuntos.

O que se define em Brasília?
A partir desta reunião, a Unasul passa a ter personalidade política própria e, na prática, passará a ser um organismo internacional. Ou seja, não se limitará mais a um fórum de debates, mas incluirá a possibilidade de serem adotadas medidas conjuntas. Os presidentes assinam esta formalização nesta sexta-feira, mas para que Unasul comece a funcionar como organismo internacional o texto ainda precisa ser ratificado pelos congressos de nove dos doze países.

O que mais é discutido em Brasília?
Os líderes regionais estão discutindo também a criação do Conselho de Defesa da América do Sul. A idéia foi apresentada oficialmente pelo Brasil, mas é rejeitada pela Colômbia. A iniciativa ganhou força no início deste ano, depois da crise envolvendo Venezuela, Colômbia e Equador, provocada por uma ação militar colombiana contra as Farc em território equatoriano.

Além do Conselho, que outras bases internas da Unasul poderão surgir?
Existe o plano de criação do Parlamento único da Unasul, mas não há nenhuma expectativa de que a idéia seja colocada em prática em um futuro próximo. A Unasul terá ainda uma secretaria permanente que deverá ser em Quito, no Equador.

Qual o tamanho da Unasul?
Os países que farão parte do grupo têm cerca de 360 milhões de habitantes e, de acordo com dados da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), tinham um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 2,5 trilhões em 2006. Ainda de acordo a Cepal, só o PIB do Brasil era de US$ 1,06 trilhão em 2006. Segundo dados mais atualizados, o PIB do Brasil é de US$ 1,3 trilhão, o oitavo do mundo. Mas este é um grupo desigual, que conta com 180 milhões de habitantes do Brasil e três milhões do Uruguai, por exemplo.

Quais são os desafios da Unasul?
Num primeiro momento, os governos parecem ter expectativas diversas sobre os resultados reais da Unasul. O ministro das Relações Exteriores do Chile, Alejandro Foxley, disse que seu país tem três principais interesses nessa integração: energia, infra-estrutura e uma política comum de inclusão social. Por sua vez, o chanceler boliviano, David Choquehuanca, afirmou que a Bolívia espera que a Unasul não se limite às questões comerciais e trate da "união dos povos". Mas talvez o principal desafio da Unasul será colocar em prática suas medidas, como a integração energética, já que hoje o desafio entre quatro países – Brasil, Argentina, Bolívia e Chile – ainda não foi resolvido. Questões bilaterais – ou trilaterais – também estão na lista de desafios da região. Disputas territoriais entre Chile e Peru, da época da Guerra do Pacífico, no século 19, estão hoje no Tribunal Internacional de Haia. A Bolívia reivindica do Chile uma saída para o mar, perdida na mesma guerra do Pacífico. Venezuela, Equador e Colômbia travam, desde março, uma disputa envolvendo as Farc (grupo guerrilheiro mais antigo do mundo, com mais de 40 anos) que ainda não teve conclusão.

Quais são os próximos passos?
No sistema de presidência temporária e rotativa, a próxima presidência caberia à Colômbia, que abriu mão do direito, que passará ao Chile. Nos termos do Tratado, a Unasul terá como órgãos deliberativos um Conselho de Chefes de Estado e de Governo, um Conselho de Ministros de Relações Exteriores e um Conselho de Delegados. Haverá reuniões anuais de chefes de Estado e de Governo e reuniões semestrais do Conselho de Ministros de Relações Exteriores.

URL: http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080523_qaunasul_ed_mp.shtml

LEIA NOTÍCIAS RELACIONADAS: Com Unasul, América do Sul tenta aprofundar integração 23 maio, 2008 | BBC Reporthttp://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080523_unasul_abrerg.shtml Projeto de Conselho Sul-Americano de Defesa pode sair em 3 meses, diz Bachelet http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080523_unasul_bacheletdefesarg.shtml Colômbia diz que ficará fora de Conselho de Defesa Sul-americano 22 maio, 2008 | BBC Reporthttp://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/05/080521_conselhodefesa_cj_ac.shtml O Gigante VizinhoA relação do Brasil com os outros países da América do Sul. http://www.bbc.co.uk/portuguese/southamerica/index.shtml

METS - Movimento Emocional e Transformação Social

Convidada, Mariana Dias compartilhará sua vivência.

A intenção é, interagindo conosco,

montar um mapa emocional de sua América Latina.

"Comecei a viajar quando tinha 17 anos e nunca mais parei.

Com 25 anos e misturando Fernando Pessoa e O Rappa,

continuo acreditando que, viajar 'é preciso, senão a rotina te cansa'.

É possível e fundamental.

Formei-me em Jornalismo

e estava trabalhando para uma empresa petrolífera no México

quando decidi deixar tudo para trás para embarcar

em minha última aventura:

cruzar 12 países da nossa fascinante e instável América Latina,

em uma viagem por terra do México ao Brasil

que durou quatro meses e me ensinou lições para a vida toda. "

O METS, Movimento Emocional e Transformação Social,

experimental, reúne gente que se interessa

por re-conhecimento emocional,

seu próprio e do outro.

As pautas têm se adaptado às realidades.

O próximo será na

última sexta de maio, dia 30, das 9h00 às 11h30.

Centro de Movimento Deborah Colker

Rua Benjamin Constant 30 - Glória, metrô a poucos passos.

O café coletivo começa às 8h30.

Singelo, o METS começa para cada um na hora em que chega.

Bem vind@,

Gilberto Fugimoto

Assessoria de Projetos Comunitários - Sesc Rio

Michel Robim

Núcleo Rio Aberto Rio

Deborah Colker

Centro de Movimento Deborah Colker

Luiz Fernando Sarmento

Assessoria de Projetos Comunitários SESC Rio

21.3138.1362 / 9721.2981

luizfernando@sescrio.org.br

www.sescrio.org.br

www.redescomunitarias.org.br

z Sobre o METS

-> Movimento Emocional e Transformação Social:

este encontro procura congregar pessoas que

interagem direta ou indiretamente com outras

e que supõem desenvolvimento emocional

como base para desenvolvimento integral.

Com o número de participantes limitado,

é um encontro não conclusivo, interativo, reflexivo,

onde todos e cada um têm tempo e espaço

para compartilhar

emoções, idéias e informações.

AS COTAS NA UERJ

*ALI KAMEL, no Globo de
hoje*


A Uerj, a primeira universidade brasileira a adotar o sistema de cotas
raciais, divulgou um estudo bastante revelador.

No vestibular do ano passado, foram oferecidas 1.048 vagas para negros, mas
apenas 673 estudantes se inscreveram. Desses, 439 passaram.

No ano anterior, o mesmo fenômeno já tinha acontecido. Foram oferecidas
1.031 vagas para negros, mas apenas 753 se inscreveram (as aprovações foram
de apenas 432 alunos).

Antes, havia mais candidatos inscritos do que vagas, mas o cenário mudou
completamente nos últimos dois anos. A Uerj anunciou, então, um amplo
estudo, a ser concluído até o fim deste ano, para descobrir as causas.

Eu pergunto: precisa? Para mim, esses dados são eloqüentes e provam, de
maneira cabal, que, se os negros e os pardos não estão nas universidades na
mesma proporção que ocupam na população geral, o motivo não é o racismo. Se,
mesmo com 20% de vagas reservadas, não há inscritos suficientes, isso é um
sinal claro de que a política de cotas é um instrumento ineficiente para
abrir as portas do ensino superior. Se a Uerj decidisse ampliar a reserva de
vagas para, digamos, 40%, o único resultado seria uma ociosidade ainda
maior. O que esses números dizem de uma maneira irrefutável é que o ensino
médio não forma alunos negros em número suficiente, o que impede até mesmo
uma simples inscrição no vestibular (o certificado de conclusão do ensino
médio é requisito para entrar na universidade). Antes, havia mais inscritos
do que vagas, porque havia um estoque de alunos formados em anos anteriores,
estoque esse que, com o tempo, se esgotou. Hoje, faltam formandos oriundos
do ensino médio. Como para freqüentar o ensino médio e o ensino fundamental
não há nenhum pré-requisito, não se pode dizer que haja neles um gargalo que
atinja especificamente os negros. Neste país, negro, pardo, branco ou
amarelo, todos têm livre acesso às escolas públicas.

(continua).


A notícia "trigger" deve ter sido a divulgada pelo O Estado de São Paulo em
13/5: clique aqui

.

Daí é só ir no site da UERJ sobre seu vestibular (www.vestibular.uerj.br) e
pegar as planilhas estatísticas:
clique
2008
clique 2007
clique 2006

*Por Sergio Telles*

Como aluno da UERJ, posso explicar bem o porquê desse baixo volume de
inscritos. As vagas para negros não são apenas pelo critério racial, há 2
outros limites, que são: ter estudado em escola pública e ter renda per
capita na família de menos de 1 salário mínimo por mês. Isso retira muitos
pardos e negros da condição de concorrer às cotas raciais. Muitos outros
candidatos concorrem pelas cotas de estudantes de escolas públicas.

As cotas podem ser "inúteis" para faculdades com baixa demanda (até 10
candidatos/vaga), mas observe que cursos como Direito, Medicina,
Odontologia, Jornalismo e algumas Engenharias, todas as vagas foram
preenchidas, até então um negro ou pobre nesses cursos elitizados era coisa
raríssima.

A gente convive diariamente com essas pessoas de cotas (não há nenhum tipo
de distinção, mas nota-se a dificuldade e a origem deles, muitos são
moradores de favelas e não possuem dinheiro sequer para material didático ou
mesmo para a alimentação ou passagem, enfim, são realmente pessoas que estão
ali no limite do esforço) e alguns destes já estão se formando, com
resultados brilhantes, superando dificuldades da base, da carência alimentar
que passaram, pela dificuldade de ensino de dentro de casa ou de reforço de
cursinhos que os filhinhos da classe média tanto dispõem e que os fazem
achar "superiores".

Grandes empresas daqui do Rio estão chamando esses jovens e estão sendo
absorvidos pelo mercado numa boa, e estão dando o resultado esperado.

*Por Antonio *

Num exame, também apressado, das planilhas estatísticas da UERJ, o índice de
classificação foi de praticamente 100% nas carreiras habitualmente
preferidas no vestibular geral.

Observa-se ainda que a demanda foi também seletiva no aspecto da localidade.

De modo que não se pode generalizar a ineficiência do sistema, e talvez se
concluir que não basta a abertura de vaga em qualquer curso, é preciso se
conhecer a demanda por curso: pobre e negro também são orgulhosos! A elite,
quem sabe, pode pensar que qualquer oferta tem que ser aceita.

Resultados apurados da UERJ:

Ciencias Sociais 19 classificados/20 vagas 95%
Desenho Industrial 7/7 100%
Direito 64/64 100%
Enfermagem 12/16 75%
Engenharia Produção 10/12 83%
Engenharia Quimica 14/16 87%
Geografia 15/14 107% ?
História 20/20 100%
Jornalismo 10/10 100%
Letras Port/Esp 9/9 100%
Letras Port/Lit 11/14 78%
Medicina 19/19 100%
Psicologia 20/20 100%
Serviço Social 18/16 112% ?

Qual a sua opinião?

Seminário de Ensino de História

Nos dias 2, 3 e 4 de junho de 2008 estará acontecendo um Seminário Nacional de Ensino de História: memória e historiografia, promovido pelo Pronex Culturas Políticas e Usos do Passado na Universidade Federal Fluminense.
Inscrições no site www.historia.uff.br/culturaspolíticas

Sem tesão não há solução

O escritor e psicanalista Roberto Freire morreu na semana passada, aos 81 anos, na casa de repouso onde havia se recolhido por vontade própria há alguns anos.

Deixou vários livros e um método terapêutico ainda muito incompreendido nos meios acadêmicos: a Somaterapia.

Na minha opinião, seu maior legado foi o axioma sem tesão não há solução.

Assim como a Somaterapia, essa sua afirmativa sofreu muito preconceito. Imagino que isso se deveu à palavra "tesão", que leva as pessoas a pensarem imediatamente em sexo.

Mas não é apenas "naquilo" que Roberto Freire pensa quando faz essa constatação. É muito mais.

Ele nos lembra que na vida nada vale a pena se não for feito com paixão, com vontade, com prazer e integridade.

A começar pela profissão que escolhemos. Jamais seremos felizes e bons profissionais se não curtirmos o que fazemos.

Você se levanta da cama para ir trabalhar com a disposição de quem vai para a forca? Os acordes da trilha sonora do Fantástico, nas noites de domingo, lhe dão um aperto no coração? Algo está errado com sua escolha profissional.

Houve uma época em que eu trabalhava apenas por necessidade financeira em um local que não me agradava. Parecia uma prisão domiciliar ao contrário. Eu saía de casa todo dia para cumprir minha pena na "cadeia" e voltar, à noite, para o aconchego do lar. Não era fácil.

Conheço muita gente infeliz com a profissão, mas que precisa sobreviver e não tem como mudar de emprego - ou ramo, como se dizia antigamente.

Tive a oportunidade conhecer, também, pessoas felizes com o trabalho que escolheram - ou, vá lá, que tiveram a sorte de conseguir, pois, admito, isso não é fácil.

Lembro de um velho jornalista que cobria política para o Estadão, direitista convicto. Ele não apenas gostava do que fazia, mas sentia um prazer especial quando tinha de escrever algum artigo criticando políticos do antigo Partido Comunista Brasileiro.

- Além do prazer de escrever contra os comunas, ainda ganho para fazer isso", regozijava-se.

Depois de algumas palestras e conversas com Roberto Freire (o "Bigode" para os íntimos), passei a entender melhor sua proposta e a defendê-la junto às pessoas mais próximas.

Passei, inclusive (quem diria?), a defender o trabalho. Mas o trabalho prazeroso, criativo, livre, não o escravo, opressor, apenas pela obrigação.

Um dia, na hora do almoço, explicava a meu filho mais velho (na época, pré-adolescente) a importância de escolher, no futuro, um ofício que ele gostasse, que lhe desse prazer, acima de tudo.

Confesso que sua resposta me deixou um pouco desconcertado:

- Ih, pai, então minha profissão vai ser ponta-esquerda!


O escritor e psicanalista Roberto Freire morreu na semana passada, aos 81 anos.

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Ame e dê vexame

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta".
Ame e dê vexame!

Roberto Freire*


Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco, você levou para conhecer a sua mãe e ela foi de blusa transparente. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina o Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então? Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.



Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai ligar e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário, ele escuta Sivuca. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Por que você ama este cara ? Não pergunte pra mim.



Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes de Woody Allen, dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettuccine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desses, criatura, por que diabo está sem um amor?


Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta. O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão.



O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar. Costuma ser despertado mais pelas flechas do cupido que por uma ficha limpa. Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referências.

Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó.

Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é.



* Texto extraído do livro "Ame e dê Vexame", Editora Novo Paradigma




Seu maior legado foi o axioma sem tesão não há solução.

DISCURO DO BRASIL NÃO CONDIZ COM A REALIDADE INTERNA

Discurso do Brasil não condiz com realidade interna, diz Anistia Márcia Freitas
O Brasil corre o risco de perder credibilidade na comunidade internacional porque o seu discurso como defensor dos direitos humanos não condiz com as realizações do governo nessa mesma área dentro do país, segundo a Anistia Internacional. » AI: violência policial mata milhares no País
» EUA e Colômbia lideram abusos na América
» AI cita ex-detido em Guantánamo e índia brasileira
» AI: potências "devem restabelecer autoridade"
No documento Promessas Não Cumpridas, que acompanha a divulgação do relatório anual da organização nesta quarta-feira, a Anistia questiona a atuação do país e de outros emergentes - principalmente entre os que buscam um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU - em instâncias internacionais, se colocando como fortes defensores de direitos humanos.
"Países como o Brasil e o México têm tido posições fortes em defender direitos humanos internacionalmente e em apoiar o sistema da ONU. Mas, a não ser que a distância entre as políticas internacionais desses governos e o seu desempenho doméstico seja diminuída, a credibilidade desses países como defensores de direitos humanos será questionada", diz o documento.
"Durante décadas nós temos ouvido o Brasil com um discurso muito progressista a nível internacional, mas ao mesmo tempo esse discurso não tem se refletido nas garantias e nas reformas necessárias no Brasil para a melhoria das pessoas que estão mais sofrendo", afirmou Tim Cahill, porta-voz da organização para o Brasil, em entrevista à BBC Brasil.
Ele diz que o Brasil lutou, por exemplo, pela criação do Conselho de Direitos Humanos da ONU e foi um dos primeiros países a aceitar se submeter a um sistema de análise das condições internas pelo órgão.
Por outro lado, segundo Cahill, o Brasil continuou a não responder a questões importantes, como "porque a polícia continua a matar e porque continua a torturar".
"Então, nós reconhecemos que o Brasil tem um papel importante a desempenhar a nível internacional em relação às reformas e aos avanços internacionais na luta pelos direitos humanos, mas nós continuamos a pressionar para que o país faça coisas concretas para seus próprios cidadãos", disse Cahill.
Segurança Pública
Segundo a Anistia, a principal preocupação no Brasil continua sendo a segurança pública.
No relatório anual deste ano, a organização diz que "pessoas em comunidades marginalizadas continuam a viver em meio a níveis altos de violência causada tanto por gangues criminosas como pela polícia."
Segundo Tim Cahill, a organização reconhece que o governo tem adotado algumas medidas no sentido de lidar com o problema, como o lançamento, neste ano, do chamado PAC da Segurança.
Mas, por outro lado, se diz preocupada com o apoio que operações de intervenção "de estilo militarista" no Rio de Janeiro têm recebido de setores do governo federal, como o próprio presidente Lula, "reconhecendo a necessidade de agir com violência nessas comunidades contra elementos criminosos."
"Nossa preocupação é que essa mensagem tem reforçado as ações violentas da polícia", disse Cahill, notando que "a polícia do Rio de Janeiro matou 1.330 pessoas em situações chamadas de resistência seguida de morte, o número mais alto em toda a história do Brasil."

Declaração de direitos humanos
A crítica da distância entre o discurso e a realidade brasileira no que diz respeito aos direitos humanos segue a linha adotada pela Anistia Internacional no relatório deste ano, quando a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 60 anos.
O documento faz uma comparação entre o que foi prometido pelos artigos da Declaração e as violações registradas ao redor do mundo.
Segundo Tim Cahill, no Brasil são encontrados vários exemplos de desrespeito aos artigos da Declaração, principalmente os Artigos 1, 3 e 5.
No caso do Artigo 1, que estabelece que Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos, Cahill citou como violação a diminuição dos direitos dos povos indígenas e citou como exemplo a situação dos índios Guarani-Kaiowá, no Mato Grosso do Sul, que vivem em um sistema de "favelização" em vez de viver em suas próprias terras e "são forçados a trabalhar no corte da cana por falta de opção."
A violação ao Artigo 3 da Declaração - Todo o homem tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal - está presente no Brasil, segundo Cahill, na política de segurança pública, que é "claramente dirigida à proteção da classe média" e com uma "desvalorização da vida das pessoas que vivem em comunidades como o Complexo do Alemão no Rio de Janeiro".
Cahil lembra que a violação do Artigo 5 - Ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante - "é sistemática no Brasil, principalmente no sistema carcerário".

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